COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO PARÁ

Os processos de reconhecimento das comunidades remanescentes de quilombo são longos e complexos, e tramitam lentamente nos órgãos de Estado cuja missão é efetivar o direito constitucional dessas comunidades à propriedade das terras que ocupam. De acordo com a Base de Informações Geográficas e Estatísticas sobre os Indígenas e Quilombolas do IBGE, em 2019 havia quase 6 mil localidades quilombolas no Brasil. No entanto, apenas 404 estavam oficialmente reconhecidas naquele ano.
Só no Pará, a Malungu estima que existam 527 comunidades remanescentes de quilombo. Apenas um terço delas obteve o título de propriedade da terra, e pouco mais da metade recebeu a certificação emitida pela Fundação Cultural Palmares, que é uma etapa inicial do processo de titulação. Até junho de 2021, a situação dos processos de certificação de comunidades remanescentes de quilombo do Pará era a seguinte:

  • 264 comunidades quilombolas certificadas;
  • 1 comunidade quilombola com processo em análise técnica;
  • 5 comunidades quilombolas com processos com documentação pendente.
Mapa das comunidades da Malungu
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Sucurijuquara

Sucurijuquara fica no distrito de Mosqueiro, a aproximadamente 60 km de Belém (PA). Nasceu às margens do Igarapé Izabel Maria, que vem se transformando ao longo do tempo. Os quilombolas vivem em contato direto com a natureza. A base de sua alimentação é formada por peixe, carne, frango, feijão, arroz e farinha de mandioca. Geralmente, usam ervas medicinais para a cura de diversas doenças. Suas principais atividades econômicas são a pesca, a colheita de frutas tropicais e a agricultura, além do comércio, da construção civil e da carpintaria civil e naval, ofícios estes que foram repassados de pai para filho. A comunidade é certificada pela Fundação Palmares e luta desde 2013 junto ao Incra pela titulação do território.