Comunidade quilombola Sucurijuquara

A senhora Creuza Gomes Chaves é a matriarca da comunidade quilombola de Sucurijuquara, localizada no distrito de Mosqueiro, a aproximadamente 60 km de Belém (PA).

Saindo da capital paraense, o acesso a ela é feito por via terrestre, através da Rodovia BL 13, ou por via fluvial. O deslocamento por terra é mais usado, em vans, moto-táxis, táxis e ônibus. De ônibus, a viagem leva cerca de duas horas.

Atualmente, a comunidade é formada por cerca de 200 famílias, totalizando 689 habitantes. De acordo com o cadastro da Associação dos Remanescentes de Quilombolas de Sucurijuquara, de 2022, a população é composta por: 351 adultos, 67 adolescentes, 45 jovens, 83 idosos e 143 crianças.

Sucurijuquara nasceu às margens do Igarapé Izabel Maria, que vem se transformando ao longo do processo de ocupação e estruturação do próprio território quilombola. Por exemplo, com o crescimento da comunidade, a rua principal foi cortada por transversais que demarcaram áreas internas.

As casas, que, na maioria eram de madeira e barro, cobertas com telhas Brasilit e tinham um ou dois compartimentos, atualmente são de alvenaria e cobertas com telhas de barro, têm dois quartos, uma cozinha, um banheiro e uma sala de jantar. Em casas onde, antes, moravam três famílias, atualmente mora apenas uma, o que fez aumentar consideravelmente o número de casas dentro da comunidade e levou à abertura de novas ruas em forma de trilhas.

Os quilombolas de Sucurijuquara vivem em contato direto com a natureza. A base de sua alimentação é formada por peixe, carne, frango, feijão, arroz e farinha de mandioca. Geralmente, usam ervas medicinais para a cura de diversas doenças. Suas principais atividades econômicas são a pesca, a colheita de frutas tropicais e a agricultura, além do comércio, da construção civil e da carpintaria civil e naval, ofícios estes que foram repassados de pai para filho.  As mulheres geralmente exercem atividades de donas de casa, cuidando dos filhos e da casa enquanto o marido trabalha; quando não, exercem atividades de professora e auxiliar de serviços gerais na escola da comunidade.   

A comunidade é certificada pela Fundação Palmares e luta desde 2013 junto ao Incra pela titulação do território. Com a associação quilombola formalmente constituída, seus moradores já usufruem direitos assegurados aos remanescentes das comunidades de quilombos, tais como o acesso a cotas quilombolas para o ingresso na graduação e pós-graduação na Universidade Federal do Pará.

Texto e fotos: Roberta Mari Barbosa do Vale