Por Mayara Abreu

A denúncia foi feita pela coordenadora da pasta de educação da Malungu, Élida Monteiro, em sua participação no II Encontro Nacional das Mulheres Quilombolas da Conaq, em Brasília. A denúncia foi estabelecida considerando as escutas feitas nos seminários regionais promovidos pela Malungu, o que traz à tona a realidade vivenciada pelas comunidades do Estado que se prepara para receber o maior evento climático mundial, a COP 30.

Ausência de uma matriz curricular específica para a educação escolar quilombola; Políticas afirmativas que promovam a contratação de professores quilombolas, por meios de concursos ou processos seletivos simplificados; apoio aos professores na formação continuada; Ausência de consulta e o atropelo acerca de decisões para as comunidades sem que elas estejam presente na construção, são algumas reivindicações que constam em uma Carta Manifesto, entregue à secretária Zara Figueiredo, da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi), em uma audiência  no Ministério da Educação (MEC), sexta-feira (16), e para o coordenador de Educação Escolar Quilombola da Secadi, Eduardo Araújo.

Leia a carta Manifesto aqui https://drive.google.com/file/d/162XepAnXzwxYmXx_vLn0CQ4RDJJV4dvS/view?usp=sharing

Durante a audiência agendada pelo Coletivo de Educação da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), Maria José denunciou ainda as violações vigentes no Quilombo São José de Icatu, Mocajuba. De acordo com ela, a prefeitura não aceita professores quilombolas em uma escola, impondo que uma pessoa não quilombola realize a função na comunidade.

            “A educação escolar quilombola está muito precária no nosso município e a prefeitura e a secretaria de educação não aceitam que tenham lá uma educação específica quilombola. Não aceitam um professor quilombola, não pagam o serviço que ele faz, e ele está sem salário. Não podemos aceitar essa situação”, denunciou.  

            A secretária, por sua vez, se comprometeu, juntamente com os demais responsáveis pela educação quilombola no governo, a resolver as demandas apresentadas.